terça-feira, 8 de novembro de 2011

VAMOS CONVERSAR, FILHOTES?


Revirando coisas que tenho guardadas, achei o texto abaixo, num papel que já estava começando a amarelar, apesar de ter apenas 4 anos de guardado. Ah, é inegável que ao tê-lo em minhas mãos voltei a um passado, que me pareceu tão distante e realmente foi porque conforme a narrativa, não voltei apenas há 4 anos; voltei há pelo menos 26 anos. Nossa, que turbilhão de emoções!  E quantas lágrimas corridas e lenços usados! E aí, vem comigo?


Hoje é 18 de Setembro de 2007. São 15hs07minutos. Esta tarde está ensolarada, mas venta bastante, o que faz o dia bastante fresco. Estou ao som de Creedance Clearwater Revival.

Tenho 27 anos, mas no mês de outubro completo 28. Estou desempregada. Passo por um momento que não havia programado – acho que ninguém programa seu próprio desemprego – e vou confessar... situação delicada. Não posso me afundar em pensamentos negativos, então estou focando minhas forças em pensamentos que me proporcionem bem estar. E ultimamente tenho pensado muito em vocês. Como posso pensar em vocês se não os conheço? É simples: posso não conhecê-los, mas vocês já estão comigo desde meus oito anos, nos meus planos, nos meus sonhos. E parece que agora estou mais próxima de uma meta estabelecida e não posso falhar, não posso parar... meu sonho está cada vez mais próximo... e isto traz uma sensação que não posso explicar no momento...

Sei que vocês não devem estar entendendo absolutamente nada, portanto nada melhor do que explicar. Este será uma espécie de diário. Um diário onde vou explicar para vocês certas coisas antes de tê-los em meus braços e vou registrar momentos que ainda vamos passar, juntos. Minha idéia é de poder fazer com que vocês sintam que não foi um acaso que os trouxeram até mim; vocês foram sonhados, planejados, esperados... anos a anos, meses a meses, dias a dias, minuto a minuto. Você foi uma decisão tomada quando eu ainda nem entendia direito a vida. E vocês foram uma decisão reforçada quando eu já tinha experiência o suficiente para determinar o que eu queria da minha vida, talvez pelo destino ou simplesmente porque eu fiz meu destino se voltar para vocês. 
Dizem que quando desejamos demais uma coisa, fazemos com que todas as forças do universo trabalhem a nosso favor, fazendo com que nosso desejo se realize e, mesmo se este desejo não estiver escrito em nosso destino por Deus, conseguimos que ele seja inserido em nossas vidas, de maneira que não mudará a essência de nossa trajetória. É como se Deus tivesse um grande livro de nossas vidas, com todos os caminhos que traçaremos determinados e, de repente, já que o livre arbítrio nos foi dado, Ele mesmo alterasse alguns caminhos e momentos que viveremos para que nosso desejo se faça e ao mesmo tempo não mude a estrada.

Ah, aqui também vou fazer citações e indicar livros, filmes, músicas e outras coisas que possam alimentar a formação social e cultural de cada um de vocês. E não esperem idéias prontas... antes de tudo quero fazer de vocês seres pensante, capazes de julgar ações e tomar decisões sozinhos. Claro, muito do que sou é devido a uma carga da educação que tive pelos meus pais, mas, principalmente pelo que aprendi fora de casa. São tipos de educação bem diferentes e é por isso que desejo estar preparada para cada pergunta que vocês me façam, para cada erro de vocês, cada julgamento e cada decisão tomada. E por quê? Porque crescer é difícil... e crescer sozinho é muito mais difícil ainda.

Além de mãe, quero a coluna, o alicerce e o livro de filosofias. Coluna e alicerce estão voltados para o material, para o concreto e, por sua vez, filosofia está voltado para um mundo de idéias, pensamentos. Ou seja, ao mesmo tempo que serei o ponto de apoio para vocês, desejo que sigam suas próprias idéias e desejos, com base em seus próprios valores e instintos e com o que julgarem moral e ético.