sábado, 9 de julho de 2011

O MELHOR PRESENTE DE ANIVERSÁRIO


Hoje, finalmente, um sonho se concretizou e uma batalha foi vencida!
Os dois anjinhos que Deus colocou no meu caminho agora são de fato meus.
Agora eles tem registro e um sobrenome.
Definitivamente, Gabriel Yeshua e Rebecca Mariamne Santos Andrade.
São meus dependentes, meus filhos, meus amores, meu TUDO.


"Encontrei o sentido da vida: o amor me rodeou." 
[Menotti Del Picchia]


Segunda, 25 de Outubro de 2010.
Que outro presente eu poderia querer, já que faço aniversário 27 de Outubro???

P.S.: Esta data é referente ao dia que ganhei a guarda definitiva e pude oficialmente registrá-los com nomes novos e com meu sobrenome.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

REBECCA MARIAMNE


Não sei como são seus olhos
Seus lábios, cabelos ou cor
Mas nada disso interessa
Porque você já conquistou meu amor.
Se realmente for um sonho
Que meus olhos não se abram jamais
Eu espero e sorrio e choro
E é você, filha, que deixará meu coração em paz.
Debaixo das minhas asas estará segura
Não tema nada nesta vida
Esqueça seu passado, viva o presente comigo
Cicatrizarei cada uma de suas feridas.
Deus te colocou no meu caminho
No mesmo dia em que você nasceu
Você está comigo a cada passo meu.
Rebecca, me espere, por mais doído que seja
O tempo passa, mas serei sua amiguinha de infância
É que tanto você quanto eu não percebemos
Que estamos apenas há um CORAÇÃO de distância.


02/Set/2009
P.S.: Eu nem imagina que meu dia de nascer mãe estava tão perto.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

UM ANJO GABRIEL



Ontem, ao final de um dia extremamente cansativo e estressante, onde nada deu certo, sentei-me na sala e fiquei perdida entre tantas coisas que pareciam me bombardear silenciosamente. Não importasse o assunto que surgia na minha mente, a pergunta sempre era a mesma: 
"Puta merda! E agora, o que é que eu vou fazer?"
De tão distante e pensativa não vi dois pezinhos se aproximando... só me lembro de ter notado algo no chão quando me deparei com um par de pantufas.
E eu, de muito egoísta que fui, já pensei: "Ai, meu Deus! O que será que o Gabriel quer justamente agora?"
E, antes que ele pudesse dizer algo, eu já me antecipei perguntando: "O que foi, Biel?"
"Não foi nada, mamãe." - ele respondeu serenamente.
Então eu decidi olhar meu filho face a face. Os olhinhos estavam brilhantes e com lágrimas a se formar. A expressão de confusão e medo que se formava em seu rosto chegaram a me chocar. E, bem baixinho, ele me disse:
"Mamãe, tá tudo bem com você? Você está triste? Foi alguma coisa que eu fiz?"
Ouvir aquilo fez meu coração trincar de um canto a outro. Com muita vontade de chorar, eu sorri:
"Não, filhote! A mamãe não está triste! Você não fez nada! A mamãe só está cansada."
Notei que ao ouvir minhas palavras a expressão dele ficou mais leve. Senti aquela mãozinha segurando meu braço:
"Então vem, mamãe. Vem deitar. Descansa um pouco que eu olho e cuido e vigio a Becca. Eu não vou deixar ela chorar nem gritar nem fazer bagunça nem te atrapalhar. Vem mamãe, eu cuido da Becca pra você."
Agora, eu pergunto a você, que está lendo, tem como insistir em ficar pensando em problemas e esbravejando "Puta merda"?
Você resistiria a essa situação e nada faria? 
Continuaria bravo, estressado e de mal com a vida?
Naquele momento meu mundo parou. 
Me abaixei e o abracei, talvez como nunca o tivesse abraçado. 
Duas longas lágrimas escorreram pela minha face. 
E eu só pude dizer baixinho:

"Obrigada, Deus! Anjos existem! E o Senhor colocou dois para cuidar de mim!"

P.S.: Sim, estou chorando enquanto escrevo este relato.

Quinta, 16 de junho de 2011

quarta-feira, 6 de julho de 2011

NEM CEGONHA NEM SEMENTE


Há uns meses atrás, uma grande amiga veio me visitar. Na época ela estava grávida de 8 meses.Eu, mãe de primeira viagem, nem imaginaria a saia justa que meu filho Gabriel, na época com 3 anos, me colocaria.
Durante muito tempo ele não tirava os olhos da minha amiga, com aquele ar espantado, com um ponto de interrogação. A cabeça se movimenta de acordo com os passos dela e, disfarçadamente, ele se aproximava.Até minha amiga não aguentou vê-lo tão curioso e perguntou:
- Algum problema, Biel?
- Por que sua barriga tá assim?
Ela, pacientemente, sorriu e respondeu:
- É que tem um bebezinho aqui dentro, meu anjo.
Os olhos dele brilharam e ao mesmo tempo ficaram arregalaram:
- Nossa, você comeu ele? Por quê?
Todos os adultos presentes gargalharam e minha amiga, ainda muito calma continuou:
- Não! Eu não comi o bebê! Ele cresceu aqui e vai nascer. Quando ele nascer, eu vou virar mamãe. E depois ele vai crescer e ficar bonito e forte igual você!
Eis que o Gabriel ficou mais aflito e, desesperadamente, indagou:
- E como foi que ele entrou e começou a crescer aí dentro?
Nesta hora os adultos se entreolharam e cada um começou a querer mudar de assunto e até de lugar.Minha amiga me olhou com olhos desesperados, pedindo socorro, mas eu estava tão surpresa quanto ela. E, num lance muito rápido, ela prosseguiu:
- Quando a gente casa e se ama muito, Papai do Céu dá um presente pra gente. E esse presente é um bebê. E o bebê tem que ficar na barriga da mamãe pra poder crescer, ficar protegido até quando ele estiver pronto pra nascer.
Então vi meu filho Gabriel pensativo, olhar perdido, sobrancelhas arqueadas:
- Mas como é que Papai do Céu colocou ele aí dentro sem você comer ele?
Minha amiga suspirou fundo, sorriu amareladamente e encerrou a conversa:
- Bem, Biel, agora essa pergunta você faz pra sua mamãe.
Image! Tomei um choque. Fiquei atônita, espantada, pasma e um pensamento não saía da minha mente:"Lascou. E agora o que é que eu vou dizer? E agora o que é que eu vou fazer?"
Em segundos, meu filho me encarou e repetiu a pergunta.Eu, descontrolada, aflita e com cara "socorro", soltei as primeiras palavras que pareciam estar entaladas na minha garganta:
- Então, filho, olha, a campainha tocou! Você não vai ver quem é?
- Não, não, mamãe. A campainha não tocou. Eu não ouvi nada. E você não vai me responder?
Eu só pude ouvir a gargalhada da minha amiga.
Houve um minuto de silêncio (um minuto muito longo, praticamente sem fim).
- Filho - me abaixei e fechei os olhos. - A mamãe não sabe. Mas eu prometo que vou pesquisar e assim que aprender a resposta, eu te conto tudo, tá bom?
Ele fez cara de bravo, ficou sério e saiu resmungando:
- Oras, não sabe! Mãe sabe de tudo! Mas eu vou descobrir o seu segredo. - e saiu correndo.
E eu? Como fiquei? Vermelha, as bochechas queimando, e, é óbvio, com cara de tacho.



Puxa, cadê o manual de instruções numa hora dessas???
Compreendo que crianças não venham com manual de fábrica, mas não dá nem pra fazer um download? Um link ou um hot site apenas para consultas esporádicas? Não? Que pena!
Mas eu não perco minhas esperanças... no Google se encontra de tudo... vai que um dia dá certo!

terça-feira, 5 de julho de 2011

ESCOLHAS

Sou 50% das escolhas que fiz. Sou 50% das atitudes que tomei em minha vida. Sou 50% reflexo do que fiz e até do que não fiz. Ou seja, sou 50% responsável por tudo que sou, por tudo que tenho e por tudo que sei.Os 50% restantes são escolhas que não fiz, atitudes que não tomei. São 50% de coisas que estavam pré determinadas a acontecer e eu, ao longo de minha trajetória, fui escolhendo, fazendo ou deixando de fazer. É inegável que há 50% da sua vida que não é você quem decide, quem faz ou escolhe. Mas a gente sempre se cobra 100%. Não estou aqui para falar que é a vida é uma caixinha de surpresas, muito menos que Deus escreveu nossa vida dia após dia, não quero filosofar sobre a “lei do retorno”, tão pouco de espiritualidade, religiões ou crenças. Sei que você deve estar se perguntando: “porra, sobre o que então essa mulher vai escrever?” Oras, estou aqui para falar sobre o que escolhi, atitudes e decisões que tomei. Cheguei numa fase da vida (e isso faz tempo) onde comecei a administrar o que planejei, projetei e que rendeu frutos. Eu nunca quis seguir padrões, leis e regras, tampouco desafiá-las ou quebrá-las, como “todos” insistem em querer dizer. Sempre quis ser eu assim, ao natural. Ser eu mesma. Ser dona de mim e de mais ninguém. Eu decidi construir uma família sozinha. Optei por ter um lar meu, montar uma casa de acordo com as minhas necessidades e gostos. Resolvi fazer minha vida sem ter que esperar por outra pessoa.  Eu, e apenas eu, fiz da minha vida o que hoje ela é; sou o que sou pelas atitudes que tomei e caminhos que tracei. Sim, estou falando dos 50% do que sou porque eu escolhi. E todo o resto não, não fui eu quem decidiu. Sim, estou falando dos 50% que não controlo, que acontece sem que nunca possamos compreender.Eu não escolhi não casar nem tão pouco ser sozinha. Eu decidi ter meus filhos, não importasse como, se casada ou não, se por barriga de aluguel, inseminação artificial ou adoção. E essa escolha que fiz me trouxe algo que não escolhi: estar sozinha. 
Estou aqui numa longa dissertação para dizer pro cara que está lendo que ele tem que acordar pra cuspir. É, estou aqui pra dizer pra mulher que está lendo que é ela quem precisa deixar de ser machista e notar que se pode ser feliz sim, mesmo com os 50% e que ser feliz 100% nem sempre é casada ou acompanhada. Se casamento é significado de divisão de despesas e responsabilidades, sexo por osmose, obrigações para com os filhos e sociedade... não, não é isso que eu quero. Eu quero um alguém pra ser meu companheiro, um amigo e “pau pra toda obra” e não ridiculamente um marido! Eu quero um cara legal, pra tomar umas cervejas e falar besteiras sem sentido. Quero um homem pra um sexo gostoso e safado e também pra fazer amor. Quero um cara que tenha desejos diferentes dos meus e que os realize por ele, nunca por mim. Quero um homem que se importe comigo porque ele sente necessidade em me fazer feliz não porque se sinta obrigado por eu ser sua esposa. Quero alguém que não se intimide em chorar no meu ombro quando se sentir vazio ou que diga coisas insanas que nos faça rir depois. Não quero um marido com manual de instruções para que eu o programe para trabalhar, conversar comigo, ser atencioso com as crianças, pague nossas dívidas em dia e que faça sexo porque hoje é quarta feira e não estou menstruada ou porque estou ovulando e preciso engravidar. Não quero um pai para os meus filhos. Não quero um homem para trocar as lâmpadas e matar as baratas ou pagar a pensão, minha manicure ou meus cremes da Avon. Quero um homem que saiba ser homem e não um macho. Aos interessados, deixo a afirmação: tenho 50% de opção por estar sozinha, assim como também não possuo “culpa” nenhuma.Então parem de querer me convencer de que fiz a escolha 100% errada! Parem de tentar me fazer sentir culpa pela opção que fiz. Não queiram que eu mude de idéia ou que tenha remorso... essa foi uma das melhores escolhas que fiz na minha vida! A decisão tomada com o coração, com 50% de chances e que me trouxe 100% de alegrias. Agora sou mãe. Sou mãe, realizada e completa. E para ser mãe eu precisei mudar 50% da minha vida. Continuo ser eu mesma. Sou eu mesma, um pouco diferente. Eu quis ser mãe. Ser mãe e não santa. E estou longe de ser santa. E essa escolha eu já fiz; e dentro dos 50% que poderiam dar certo. E acertei!

segunda-feira, 4 de julho de 2011

MATERNIDADE



Querem que sejamos ligados
Por DNA, cromossomos ou gametas
Por que tanta importância
Se com os olhos nus nada vejo?

Não os protegi por nove meses
Mas meu ventre estará disposto
Até o dia em que vocês partirem
Meu colo é eternamente de cada um
Para que derramem lágrimas
Sejam de alegria ou saudade.

Não os alimentei por um cordão
Mas saciarei a sede de suas almas
Repassarei para vocês até o que não se pode ensinar
Vocês decidirão se são definidos por células
Ou um conjunto de experiências.

Por que o amor só pode ser amor
Se cada um de vocês sair de dentro de mim?
Por que o amor só é amor
Se vier do meu ventre?
Não são trompas, útero ou gametas
Quem ama é o coração... só o coração.

[02/Set/2009]

domingo, 3 de julho de 2011

FINALMENTE NASCEU


Hoje é uma nova fase do endereço nanedeandrade.blospot.com. Um velho novo blog. Há algum tempo estavam sendo postados assuntos diversos, que fizeram com que ele perdesse o foco. Foi então que notei estar fazendo um amontoado de poesias, críticas, contos, fábulas, crônicas.
Misturei uma Nane que sempre existiu com uma nova Nane que estava nascendo, adaptando-se, aprendendo, ensinando e moldando uma nota etapa de sua vida. Uma Nane que achava estar preparada há 29 anos e que, de repente, caiu na realidade que era totalmente despreparada e perdida! Mas, a Nane nunca abandonou uma situação, por mais inexata e complicada que fosse. 
E foi assim: dia 17 de Dezembro de 2009, a Nane acordou mãe. Acordou mãe solteira. Acordou mãe solteira de duas criançasAcordou mãe de um menino de quase 36 meses e de uma menina de 18 meses.
E agora essa Nane escreve um diário de uma mãe legal porque já ganhou a guarda definitiva e já registrou as crianças com seu sobrenome.

O intuito deste blog não é discutir ou gerar polêmicas com o assunto "adoção". Ao contrário, é apenas um diário nu e cru, onde descrevo a escolha por adoção, a espera, a burocracia, os medos, as angústias, sentimentos, experiências, dúvidas, enganos e acertos, nossos meses de adaptação, as coisas que aprendi e ensinei... enfim, são tantas coisinhas que já dá até para escrever um livro!
Graças a uma pessoa muito especial, a querida Alessandra Mirra que divulgou meu blog de livre e espontânea vontade, o número de visitas cresceu muito e tenho recebido comentários de pessoas com dúvidas em relação à adoção. Para isso, criei um e-mail exclusivo de comunicação mais pessoal:


Através dele manteremos contato. Não sei se saberei responder todas questões, mas trocaremos muitas experiências.
Não deixe de postar seu comentário com uma dica, uma sugestão e/ou crítica para que eu me torne uma mãe melhor.


"Descobri que o melhor lugar para se gerar um filho é no coração!"

Elaine S. Andrade