quinta-feira, 7 de julho de 2011

UM ANJO GABRIEL



Ontem, ao final de um dia extremamente cansativo e estressante, onde nada deu certo, sentei-me na sala e fiquei perdida entre tantas coisas que pareciam me bombardear silenciosamente. Não importasse o assunto que surgia na minha mente, a pergunta sempre era a mesma: 
"Puta merda! E agora, o que é que eu vou fazer?"
De tão distante e pensativa não vi dois pezinhos se aproximando... só me lembro de ter notado algo no chão quando me deparei com um par de pantufas.
E eu, de muito egoísta que fui, já pensei: "Ai, meu Deus! O que será que o Gabriel quer justamente agora?"
E, antes que ele pudesse dizer algo, eu já me antecipei perguntando: "O que foi, Biel?"
"Não foi nada, mamãe." - ele respondeu serenamente.
Então eu decidi olhar meu filho face a face. Os olhinhos estavam brilhantes e com lágrimas a se formar. A expressão de confusão e medo que se formava em seu rosto chegaram a me chocar. E, bem baixinho, ele me disse:
"Mamãe, tá tudo bem com você? Você está triste? Foi alguma coisa que eu fiz?"
Ouvir aquilo fez meu coração trincar de um canto a outro. Com muita vontade de chorar, eu sorri:
"Não, filhote! A mamãe não está triste! Você não fez nada! A mamãe só está cansada."
Notei que ao ouvir minhas palavras a expressão dele ficou mais leve. Senti aquela mãozinha segurando meu braço:
"Então vem, mamãe. Vem deitar. Descansa um pouco que eu olho e cuido e vigio a Becca. Eu não vou deixar ela chorar nem gritar nem fazer bagunça nem te atrapalhar. Vem mamãe, eu cuido da Becca pra você."
Agora, eu pergunto a você, que está lendo, tem como insistir em ficar pensando em problemas e esbravejando "Puta merda"?
Você resistiria a essa situação e nada faria? 
Continuaria bravo, estressado e de mal com a vida?
Naquele momento meu mundo parou. 
Me abaixei e o abracei, talvez como nunca o tivesse abraçado. 
Duas longas lágrimas escorreram pela minha face. 
E eu só pude dizer baixinho:

"Obrigada, Deus! Anjos existem! E o Senhor colocou dois para cuidar de mim!"

P.S.: Sim, estou chorando enquanto escrevo este relato.

Quinta, 16 de junho de 2011

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