Há uns 2 meses eu estava assistindo a animação UP Altas Aventuras com meus filhos. Uma animação muito legal, deixo como dica.
Conta a história de Carl, que sempre gostou de aventuras.
Fã do desbravador Charles Muntz, ele deseja também explorar o mundo a bordo de um balão, principalmente depois de conhecer Elle, uma garota que compartilha dos mesmos sonhos dele.
Apaixonados, os dois se casam e constroem uma vida juntos.
Com dificuldades para terem seu primeiro filho, que nunca veio, e constantes problemas financeiros, o casal adia seus sonhos de conhecer a América do Sul, até que ficam velhos e Elle falece.
Fã do desbravador Charles Muntz, ele deseja também explorar o mundo a bordo de um balão, principalmente depois de conhecer Elle, uma garota que compartilha dos mesmos sonhos dele.
Apaixonados, os dois se casam e constroem uma vida juntos.
Com dificuldades para terem seu primeiro filho, que nunca veio, e constantes problemas financeiros, o casal adia seus sonhos de conhecer a América do Sul, até que ficam velhos e Elle falece.
Ranzinza e rabugento, Carl (agora dublado por Chico Anísio) se torna o oposto daquilo que esperava para si. Querendo apenas passar o resto de seus dias na casa em que viveu com a amada, ele é surpreendido por um empreendimento imobiliário que quer derrubar a
residência.
Para não acabar em um asilo, e sem nada a perder, Carl amarra milhares de balões na casa, que sai voando para que ele, enfim, viva Altas Aventuras. Porém, o homem não contava com Russell, um escoteiro que estava escondido por lá. Apegado à modernidade e precisando ajudar algum idoso para ganhar uma medalha, o menino mudará a forma de Carl enxergar o mundo.
Claro, não estou aqui para contar toda a história, incluindo o final. Não, não, não...
O período onde é resumida a vida do casal, umas das cenas que mais chamou atenção da Rebecca foi exatamente quando Carl e Elle ficam deitados no gramado, olhando para o céu e sonhando com o primeiro filho. Nuvens tornam-se graciosamente em lindos bebês e eu, pacientemente procuro explicar para ela o que significa
cada uma das imagens.
Ainda neste resumo, há uma cena que conseguiu chamar muito mais a atenção dela: quando Carl e Elle estão no médico e, desesperadamente, Elle começa a chorar. Como não há diálogo durante o desenrolar das cenas, lá vem as perguntas:
"Mãe, pui que ela tá chorando?"
"Ah, filha, lembra que eles estavam querendo ter um bebê?"
"Sim. Mas pui que ela tá chorando então?"
"É que eles descobriram que não podem ter um bebê."
"E pui que eles não podem ter um bebê?"
"Acho que é algum problema de saúde, Becca. O médico explicou pra eles que por algum motivo ela não pode ficar grávida."
Rebecca me olhou nos olhos friamente.
"Ah, não acredito que ela tá chorando por isso! Não precisa chorar só puique não pode ter um filho. Pui que ela não fez igual você?"
"Como assim, Becca?"
"Ué, é só adotar!"
Eu fiquei com cara de tacho sem ter o que responder. E ela insistiu:
"Alguém tem que falar com ela que é só adotar. E ela pode adotar quantos ela quiser. Aí ela não precisa mais chorar. E ela vai ser feliz igual você, com 2 filhos!"
Confesso que caí em lágrimas, mas dessa vez, lágrimas e risos.
Quando olhei para o Gabriel, ele estava chorando também.
"O que foi Biel, algum problema?"
"Ah, mamãe, o Carl ficou sozinho... tadinho dele... a Elle morreu e ele não tem nem um filho pra ficar com ele."
Antes que eu respondesse qualquer coisa, a Rebecca já se intrometeu:
"Ora, Biel, eles não tiveram filho puique não quiseram. Era só adotar. Aí, se a Elle ou o Carl morressem, ficaria um filho adotivo. A culpa foi deles!"
Com uma resposta assim, eu só pude ficar quieta.
Quieta e puxá-los para um abraço coletivo.
Crianças são maravilhosas. Crianças são anjos.
Até o pequeno Russel conseguiu mudar o rabugento Carl.
Com criança é tudo simples assim.
Pena que crescemos, não é?
E a cada dia que passa eu só tenho mais certeza de que Deus fez cada um dos meus filhos sob medida só pra mim.