terça-feira, 5 de julho de 2011

ESCOLHAS

Sou 50% das escolhas que fiz. Sou 50% das atitudes que tomei em minha vida. Sou 50% reflexo do que fiz e até do que não fiz. Ou seja, sou 50% responsável por tudo que sou, por tudo que tenho e por tudo que sei.Os 50% restantes são escolhas que não fiz, atitudes que não tomei. São 50% de coisas que estavam pré determinadas a acontecer e eu, ao longo de minha trajetória, fui escolhendo, fazendo ou deixando de fazer. É inegável que há 50% da sua vida que não é você quem decide, quem faz ou escolhe. Mas a gente sempre se cobra 100%. Não estou aqui para falar que é a vida é uma caixinha de surpresas, muito menos que Deus escreveu nossa vida dia após dia, não quero filosofar sobre a “lei do retorno”, tão pouco de espiritualidade, religiões ou crenças. Sei que você deve estar se perguntando: “porra, sobre o que então essa mulher vai escrever?” Oras, estou aqui para falar sobre o que escolhi, atitudes e decisões que tomei. Cheguei numa fase da vida (e isso faz tempo) onde comecei a administrar o que planejei, projetei e que rendeu frutos. Eu nunca quis seguir padrões, leis e regras, tampouco desafiá-las ou quebrá-las, como “todos” insistem em querer dizer. Sempre quis ser eu assim, ao natural. Ser eu mesma. Ser dona de mim e de mais ninguém. Eu decidi construir uma família sozinha. Optei por ter um lar meu, montar uma casa de acordo com as minhas necessidades e gostos. Resolvi fazer minha vida sem ter que esperar por outra pessoa.  Eu, e apenas eu, fiz da minha vida o que hoje ela é; sou o que sou pelas atitudes que tomei e caminhos que tracei. Sim, estou falando dos 50% do que sou porque eu escolhi. E todo o resto não, não fui eu quem decidiu. Sim, estou falando dos 50% que não controlo, que acontece sem que nunca possamos compreender.Eu não escolhi não casar nem tão pouco ser sozinha. Eu decidi ter meus filhos, não importasse como, se casada ou não, se por barriga de aluguel, inseminação artificial ou adoção. E essa escolha que fiz me trouxe algo que não escolhi: estar sozinha. 
Estou aqui numa longa dissertação para dizer pro cara que está lendo que ele tem que acordar pra cuspir. É, estou aqui pra dizer pra mulher que está lendo que é ela quem precisa deixar de ser machista e notar que se pode ser feliz sim, mesmo com os 50% e que ser feliz 100% nem sempre é casada ou acompanhada. Se casamento é significado de divisão de despesas e responsabilidades, sexo por osmose, obrigações para com os filhos e sociedade... não, não é isso que eu quero. Eu quero um alguém pra ser meu companheiro, um amigo e “pau pra toda obra” e não ridiculamente um marido! Eu quero um cara legal, pra tomar umas cervejas e falar besteiras sem sentido. Quero um homem pra um sexo gostoso e safado e também pra fazer amor. Quero um cara que tenha desejos diferentes dos meus e que os realize por ele, nunca por mim. Quero um homem que se importe comigo porque ele sente necessidade em me fazer feliz não porque se sinta obrigado por eu ser sua esposa. Quero alguém que não se intimide em chorar no meu ombro quando se sentir vazio ou que diga coisas insanas que nos faça rir depois. Não quero um marido com manual de instruções para que eu o programe para trabalhar, conversar comigo, ser atencioso com as crianças, pague nossas dívidas em dia e que faça sexo porque hoje é quarta feira e não estou menstruada ou porque estou ovulando e preciso engravidar. Não quero um pai para os meus filhos. Não quero um homem para trocar as lâmpadas e matar as baratas ou pagar a pensão, minha manicure ou meus cremes da Avon. Quero um homem que saiba ser homem e não um macho. Aos interessados, deixo a afirmação: tenho 50% de opção por estar sozinha, assim como também não possuo “culpa” nenhuma.Então parem de querer me convencer de que fiz a escolha 100% errada! Parem de tentar me fazer sentir culpa pela opção que fiz. Não queiram que eu mude de idéia ou que tenha remorso... essa foi uma das melhores escolhas que fiz na minha vida! A decisão tomada com o coração, com 50% de chances e que me trouxe 100% de alegrias. Agora sou mãe. Sou mãe, realizada e completa. E para ser mãe eu precisei mudar 50% da minha vida. Continuo ser eu mesma. Sou eu mesma, um pouco diferente. Eu quis ser mãe. Ser mãe e não santa. E estou longe de ser santa. E essa escolha eu já fiz; e dentro dos 50% que poderiam dar certo. E acertei!

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