quarta-feira, 22 de agosto de 2012

CONVERSAS e CRIANÇAS



Passei um tempo longe daqui. Passei um tempo sem escrever, procurando novas inspirações, estudando outras coisas, experimentando outros sabores. 
Não que a minha doce e amarga tarefa de ser mãe tenha se tornado fácil ou simples... apenas precisei reorganizar coisas pendentes; precisei de um tempo para me focar em outras decisões que só poderiam ser tomadas por mim. E, nesse meio tempo, houveram situações inusitadas, as quais irei simplificar nas linhas abaixo.
Boa leitura!

"- Mamãe,por que você não casou?
Pelo mais incrível que pareça, a pergunta não me causou nenhum espanto. Até acho que ela demorou para ser feita.
- Porque não.
- "Porque não" não é resposta! - disse a Rebecca com ar de impaciência.
Incrível como as crianças tem o dom de guardar situações onde nós, adultos, nos comportamos de maneira inapropriada e posteriormente, quando menos esperamos, usam nossos próprios argumentos contra nós mesmos! Cuidado com o que se diz à uma criança!
- Ah, Becca... não sei... - fiquei pensativa e uma retrospectiva de minha vida afetiva passou na minha frente em apenas um piscar de olhos. - Quer dizer, eu sei sim. A mamãe não casou porque a mamãe é feia e deve ser muito chata. Por isso ninguém quis casar com a mamãe.
Ela fechou a cara. A monocelha ficou arqueada.
- E quem foi que não quis casar com a mamãe?
- Um rapaz aí...
- Ele é um bobão... porque a mamãe é linda! E não é chata não!Tsc, tsc, tsc... a mamãe é linda e muito legal!
- Calma, Becca... ninguém é obrigado a gostar da mamãe... - segurei o riso.
- A gente vai achar alguém pra casar com você!Vai sim! Eu sei que vai!E você vai ser feliz para sempre!"

Ah, crianças! Que maravilha seria se todos os problemas se resolvessem da maneira como as crianças imaginam! Bem que não casar não é problema algum... mas na visão da minha pequena eu só serei "feliz para sempre" se eu casar. E, acreditem se quiser, essa ânsia para que eu case não é para que ela ou o irmão tenham um pai... é simplesmente para que eu seja feliz, como se eles não me fizessem felizes o bastante!

E mais uma vez preciso escrever: "Descobri o sentido da vida: O amor me rodeou." (Menotti Del Picchia)

Mas não vou negar, ouvindo o que ouvi da minha pequena, a imagem ao lado ficou na minha mente como um castigo... fazer o que né...







(Continua!)

Um comentário:

  1. Nane, parabéns pelo texto, divino! Adoro a ‘inocência’ infantil. As crianças têm uma inteligência e uma pureza sem tamanho. O que dizer numa hora dessas?! Antes de me ‘candidatar’ à mãe adotiva, quando me perguntavam se eu era casada ou se tinha filhos, eu apenas respondia, ‘ainda’ não. Hoje, mudei minha resposta e por conta dela as explicações inevitavelmente aumentaram, às vezes as perguntas vêm separadas/sozinhas: Você é casada? Não. Tem filhos? Não, sou pretendente à adoção… Ah, não pode ter filhos? Não sei, mas quero ser mãe. Por que não faz uma fertilização? Nunca pensei nisso, quero adotar. Ah, mas criança adotada dá trabalho/problema! E filho biológico também não dá? Ah, mas é ‘seu’ né?! Mato ou não mato uma pessoa dessas? Não posso, sou cristã! Bom, mas quanto ao ‘marido’, rejeitei e fui rejeitada, os momentos passaram e não aconteceu, e hoje confesso que estou cada dia mais distante do sonho do casamento, não por decepção ou por desacreditar no amor, eu acredito, mas não aconteceu comigo e ultimamente não estou à procura, não estou aberta, minha vida tem girado em torno da adoção… e para mim, uma coisa de cada vez! Gosto sim de um romance, um chamego, mas vou confessar, não morro se não casar. O sonho do véu e grinalda, casar na igreja, nunca tive. E casamento não é sinônimo de felicidade, se fosse, não víamos tantos divórcios por aí, né?! Nossa, vou parar por aqui, porque se eu fosse falar tudo o que penso, ia dar outro texto e o seu está ótimo! E o assunto é meio polêmico né, não quero ser mal interpretada! Não sou contra o casamento, tenho amigos e parentes bem casados e os admiro demais! Só não aconteceu comigo e pronto! Beijos! Lili Sallas

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