Já se passava das
22 horas enquanto eu estudava com meu filho Gabriel para a prova de Ciências.
“Vamos lá, Biel. O
que é o Reino Vegetal?” – perguntei.
Antes que ele
pudesse abrir a boca, minha filha Rebecca respondeu:
“Oras, que peigunta
mais fácil! É claro que é o reino dos vegetais, das plantas e das folhas!”
Olhei para ela
seriamente:
“Becca, seu irmão
precisa estudar! Assim você só atrapalha!”
Ela me olhou e
voltou a mexer nos lápis de cor.
“Então, Biel, quais
as partes que compõem a planta?”
Mais uma vez,
Rebecca se antecipa:
“Ué, é só olhar o
desenho! Aqui é a folha, aqui o fruto, esse daqui é o tronco, essa é a raiz e
essa é a que eu mais gosto, a flor!”
Decidi ser mais
enfática:
“Rebecca, eu já
disse que assim você atrapalha! É o Biel que precisa estudar. Você quer que seu
irmão vá mal na prova amanhã?”
“Claro que não! Eu
tô ajudando o Biel, oras... – ergueu a monocelha. Confesso que não esperava por
essa resposta.
“Então fica quieta
e deixa ele responder, caramba!”
Virou o rosto,
praticamente me ignorando.
“Vamos para a
próxima questão, filhote. Pra que servem os frutos?”
“Ué, seivem de
alimento e também guaida os caroços pra plantar depois.”
“Agora chega,
Rebecca Mariamne Santos Andrade! Saia daqui agora! Vá pra sala ou pro seu
quarto! Isso aqui não é brincadeira! Quantas vezes vou ter que repetir que seu
irmão está estudando para fazer prova amanhã, hein?”
Ela levantou-se
calmamente, e seguiu na direção da sala:
“Eu sei puique você
está tão brava! Você tá brava puique eu sou muito inteligente. Acho que sou até
mais inteligente que o Biel puique eu nem estou no 2º ano e já sei responder
mais que ele.”
Mais, uma vez, eu
fiquei com aquela mesma cara de tacho que vocês já devem imaginar de tanto que
aqui descrevi.
Crianças são bobas?
Boba sou eu...


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